sexta-feira, 14 de setembro de 2012

UOL expõe contraste entre o luxo turístico e a miséria da população em Tibau do Sul no RN

Quem chega à entrada do município de Tibau do Sul (a 70 km de Natal) não imagina que, a 19 quilômetros dali, terá acesso a um dos mais bonitos e visitados paraísos naturais do Nordeste, onde está a famosa praia de Pipa, no litoral sul do Rio Grande do Norte - informou o portal UOL.

Apesar da fama internacional que atrai milhares de europeus todos os anos ao destino, Tibau do Sul não esconde seus problemas. A cidade tem diversas ruas sem calçamento ou esgoto, moradias precárias e acumula queixa dos moradores, que reclamam da diferença no tratamento dado à parte turística –urbanizada e bem cuidada– em comparação ao dado à periferia da cidade.

Apesar do turismo forte, a renda média da população é inferior à média potiguar. Com 11 mil habitantes, Tibau do Sul tem PIB (Produto Interno Bruto) per capita de R$ 6.115, menor que o valor do Rio Grande do Norte, que fica em R$ 8.893. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), referentes a 2009.

UOL visitou Tibau do Sul dentro do projeto UOL pelo Brasil –série de reportagens que percorre municípios em todos os Estados do Brasil durante a campanha eleitoral deste ano. A reportagem viu de perto que a cidade é a essência do contraditório, com o luxo exuberante de resorts e restaurantes finos, e a pobreza extrema que ainda domina praticamente toda a periferia tibauense.

No caminho para a praia da Pipa, antes de se debruçar com as belezas naturais, o viajante encontra um cenário que não foge àquele típico encontrado em cidades pequenas do Nordeste, com infraestrutura bastante limitada.

No loteamento Bela Vista, por exemplo, não faltam problemas. A começar pelas ruas de terra e casas que ameaçam desabar. Segundo os moradores, na eleições de 2008, uma das principais promessas dos políticos era construir moradias populares para retirar as famílias da condição precária em que vivem. Mas elas não foram cumpridas.

"A cidade tá precisando melhorar mais. Tá faltando trabalho, muita gente desempregada, pedindo aqui nas casas. Tá faltando casa, a minha mesmo é de taipa. As dos meus vizinho, podem ir ver, estão tudo assim. O tratamento aqui é muito pouco. Falta educação e falta atendimento no posto de saúde", reclama a dona de casa Michelane da Silva Barbosa, que relata a diferença no tratamento entre a parte nobre e a parte pobre da cidade. "É muito diferente", pontua.

Durante a visita do UOL ao bairro, pelo menos quatro casas visitadas tinham problemas estruturais graves. A pior condição era a residência da dona de casa Maria Goreti da Silva. "Tem buraco por todo canto, entra rato, maribondo, é um inferno. Isso não é uma casa para ninguém morar", reclama, mostrando o telhado com parte desabada.

Crise econômica europeia derruba turismo na cidade


O município de Tibau tem sua economia baseada no turismo. Segundo a prefeitura, 70% PIB depende da atividade. Mas o turismo vive um momento de dificuldade. Com a crise econômica na Europa, Pipa passou a conviver com uma redução no número de turistas e pousadas e hotéis vazios em boa parte do ano.

"Nós não vivemos um bom momento de captação de turista estrangeiro. Hoje, nosso maior fluxo é do turista nacional, e para ele precisamos de sobremaneira dessa estrutura de acesso de estrada", afirma José Odécio, representante da Abih (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira) da região de Tibau do Sul.

Segundo Odécio, o preço da passagem do voo direto Natal-Lisboa é um dos problemas enfrentados para atrair mais turistas. "Essa passagem hoje custa 950 euros [cerca de R$ 2.500], o que torna uma viagem cara. Já tentamos negociar, para ver se esse preço não poderia ser menor, mas até hoje não conseguimos", afirma. "Pipa viveu um auge nos anos 2005, 2006, mas depois caiu. Hoje o turismo regional e nacional representa 90% do total. O ideal era que fosse 50%", diz.

Outro problema questionando pelo setor é a falta de divulgação do destino em outros países. "Hoje essa divulgação não existe mais. O governo do Estado deixou de vender o destino", conta Odécio.

A crise causou desemprego e aumento os problemas sociais na cidade. "Está faltando emprego por causa do turista que não está chegando. Uma temporada dessa, entre agosto e setembro, dava muito movimento, a Pipa ficava lotada. Mas agora tem semana que restaurante não vende uma água sequer", conta o recepcionista Dárcio Martins da Silva, que culpa a gestão municipal por parte dos problemas. "Não se investe e cobra-se imposto muito alto."

Em nota encaminhada ao UOL, a Secretaria de Turismo do município negou que tenha deixado de divulgar o destino fora do país, e cita que a crise europeia é o principal motivo para a derrubada do número de turistas. "O Estado vem enfrentado essas dificuldades de maneira semelhante ao que já acontecia no passado, participando de todas as feiras importantes europeias e sul-americanas", afirma o texto.

"A estrada não é boa, mas devagar você chega tranquilo"

  • Leandro Moraes/UOL
  • Tibau do Sul tem asfalto precário; veja mais imagens clicando na foto

Além da infraestrutura urbana precária, o acesso à praia de Pipa para os turistas também é marcado por problemas, como falta de sinalização e de acostamento em boa parte do trecho. "A estrada não é boa, mas devagar você chega tranquilo", avisa um frentista do posto de gasolina na BR-101, que fica na esquina da estrada de acesso a Tibau do Sul.

Mas a falta de estrutura poderia ter sido resolvida, caso a rodovia anunciada pelo poder público há mais de três anos tivesse sido construída. O UOL tentou contato com o DER (Departamento de Estradas e Rodagens) do Rio Grande do Norte, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem. Segundo anúncio do governo do Estado em maio deste ano, a obra estaria parada há mais de um ano por conta da falta de liberação de recursos federais. A obra, que consta no Orçamento Geral da União, tem custo de R$ 45 milhões, mas teria apenas 1% do total liberado até aquele momento, segundo informou o Estado.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Péssimo governo castiga população; apesar de ter decretado estado de calamidade na Saúde pouco mudou

Por Sara Vasconcelos Anna Ruth Dantas - Repórteres

Os efeitos das medidas emergenciais anunciadas há 41 dias, pelo Governo do Estado, para melhorar o atendimento hospitalar na rede pública ainda são tímidos e pouco mudaram a situação de escassez, improvisos e sofrimentos no Hospital Walfredo Gurgel - informou à tribuna do norte. Na tarde de ontem, 103 pacientes estavam distribuídos em macas pelos corredores - 48 deles eram da ortopedia - a espera de vagas para transferência. No Centro de Recuperação de Operados (CRO), outroa 10 pacientes em macas. E, na Reanimação, 17 estavam entubados sem receber qualquer tipo de sedativos e também à espera de vagas em UTI's. Segundo a direção do HWG, os problemas no desabastecimento da farmácia - outro item em falta eram anestesias peridural para pequenas cirurgias - deverão ser superados em setembro.

A situação presenciada pela equipe de reportagem e relatada por médicos plantonistas é crítica - "apesar do decreto". 

Pacientes no setor de reanimação permaneciam entubados - com ventilação mecânica - sem uso de sedação. "Temos hoje 17 pacientes entubados, na reanimação - que foi transferida para outro setor com a interdição do Cremern - nessa situação. Entubados e conscientes por falta da medicação", afirmou o médico plantonista Francisco Braga.

O desabastecimento afetou também a realização de cirurgias. Sem anestesia local, todos os pacientes são obrigados a receber a anestesia geral, independente do tipo de cirurgia. A medida, entretanto, não traz qualquer prejuízo aos pacientes, garante o plantonista Francisco Braga. 

O problema seria no intervalo para atendimento entre os pacientes, que passa a ser maior, devido ao efeito da anestesia geral - cerca de uma hora. "Para receber novos casos, os médicos precisam observar o paciente. Enquanto com a peridural, já libera em seguida, para fazer o outro atendimento", disse.

Plantonistas do Centro Cirúrgico, que prefiram não se identificar, informaram que o lote de anestesia peridural estaria vencido.

Outra medida prevista no Plano de Ações e ainda não viabilizada é a criação dos leitos de retaguarda. Os 17 pacientes entubados na reanimação aguardam vagas de UTI para serem transferidos. Na UTI cardiológica, dos dez leitos, quatro estão inativos por falta de aparelho.

Nos corredores dos diversos setores, 103 pacientes estavam acomodados em macas à espera de leitos. Destes, 48 eram da ortopedia e aguardavam transferência para  outras unidades. Outros 18 casos de "pés diabéticos" esperavam pela liberação no Hospital Ruy Pereira. Segundo informações da Unidade de gerenciamento de Vagas (UVG), o Município, responsável pela pactuação com a ortopedia de baixa e média complexidade, informou que não há vagas nos hospitais credenciados (Hospital Memorial e Médico Cirúrgico) para a transferência. 

O Centro de Recuperação de Operados do HWG - onde ficam os pacientes recém-cirurgiados -  funcionava acima da capacidade. Além dos nove leitos, outras dez macas se apertavam na unidade e  corredor.  "É na base do improviso, não são as condições ideais mas é o que podemos fazer para dar a assistência e minimizar o sofrimento", disse outro plantonista.

A TRIBUNA DO NORTE tentou, sem sucesso, contato com a direção dos Hospitais Memorial e Médico Cirúrgico, bem como a Secretaria Municipal de Saúde.

O problema não se limita ao Walfredo Gurgel, no Santa Catarina, na zona Norte, os médicos trabalhavam sem medicamentos vasodilatadores coronarianos - usados no tratamento de insuficiência coronária - e até reagentes usados nos exames laboratoriais. "O desabastecimento permanece apesar do mecanismo legal, o decreto de calamidade, que deveria acelerar essas melhorias não surtiu efeito na ponta.  È preocupante", disse o médico e ex-diretor do Santa Catarina, Sebastião Paulino.

Desabastecimento deve ser sanado em setembro

O estoque de medicamentos e insumos do maior Hospital do Estado era, até ontem, equivalente a 39% do necessário para atender a demanda normal da unidade, conforme informou a diretora geral da unidade,  Fátima Pereira. "O estoque chegou a zero com a vacância na direção. Esperamos normalizar, dentro do prazo estabelecido o Plano de Ação, que é de 60 dias do decreto (em 4 de setembro)", acredita a diretora. O decreto de calamidade da saúde foi feito em 4 de julho. Os primeiros medicamentos e insumos chegaram ontem, em meio a ameaça de paralisação de serviços, como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da cardiologia do HWG, que se encontrava na segunda-feira, também sem sedativos.  

Caso não tivesse chegado, explicou a diretora geral do Hospital, Fátima Pereira, os médicos  haviam anunciado que não receberiam novos pacientes e os  internos teriam que ser transferidos para outras unidades. "Recebemos hoje pela manhã medicamento, em quantidade ainda pequena, mas que dará o suporte semanal aos serviços de urgência, mais prioritários".

O Hospital recebeu ontem os anestésicos Sevorane, Neocaína, Fentanila 2 ml e Dormonid (remédios usados para induzir ao sono pacientes com aparelhos de ventilação mecânica), entre outros dispensados pela Unicat, além de drenos de tórax e insulina - escassos durante o final de semana. 

Fátima Pereira esclareceu que o anestésico peridural, usado em procedimentos cirúrgicos, não está  fora do prazo de validade, mas o medicamento pode ter algum tipo de avaria que não produz o efeito no tempo esperado. Com isso, muitos profissionais optam pela substituição.  

Segundo a chefe do setor de farmácia, Carla Francisca, o Hospital aguarda a entrega da  Fentanila de 10 ml para a próxima semana. Enquanto isso, para surtir o mesmo efeito, o de 2 ml recebido ontem é usado em quantidade cinco vezes maior. A médica informou ainda que em reunião realizada na manhã de ontem, com diretores de todos os hospitais da capital, o secretário Isaú Gerino pediu cooperação mútua para minimizar o abastecimento nas unidades. 

Alaíde Menezes, diretora da Unicat, justificou que a compra de insumos e medicamentos foi feito com diversos fornecedores e, por isso, a entrega tem prazos diferenciados. Com o decreto de calamidade em 4 de julho, houve na última semana, o empenho de R$ 5 milhões para aquisição de medicamentos e insumos, dentro do Plano Emergencial elaborado para enfrentar a situação. As demais ações, inclusive a implantação da Central de Regulação de leitos, deve obedecer o mesmo prazo - 60 dias. "Isso dará solução para a superlotação que enfrentamos. Hoje com 103 nos corredores e no fim de semana, chegou a 116", disse Fátima Pereira.

Bate-papo

Isaú Gerino, secretário estadual de Saúde

O senhor tem conhecimento do desabastecimento no Hospital Walfredo Gurgel?

Estou aqui (na Secretaria Estadual de Saúde) há um mês e meio e essa situação nós encontramos; não só no Hospital Walfredo Gurgel como na rede toda. Para isso tem o decreto da governadora de calamidade. Já fomos a Brasília, a governadora liberou uma verba. Compramos R$ 4,1 milhões de medicamento. Estamos no processo de aquisição de insumos na parte de material médico-hospitalar. Estamos tentando com ajuda do Ministério da Saúde, fazer a reposição não só do Walfredo Gurgel como de toda rede. 

A informação que eu recebi é que o senhor está tendo dificuldade de marcar audiência com o secretário de Planejamento (Obery Rodrigues)?

Amanhã (hoje) temos uma reunião com todos os secretários (às 15h, no Centro Administrativo).  Acredito que vamos tratar também de assuntos que se relacionam à pasta da Saúde, como também de outras secretarias.

O senhor acredita que possa estar ocorrendo falta de sensibilidade dos demais secretários para liberarem recursos para Saúde?

Acredito que dificuldades financeiras há no Governo, não só aqui, mas no Brasil como um todo, há esses problemas. O plano nosso de enfrentamento é reforçar os hospitais regionais, para isso foram escolhidas sete unidades. Houve início das obras de estruturação de cinco hospitais. Estamos vendo a parte também de insumos, porque os que compramos estão chegando (ao final). Tudo isso demanda tempo, temos que seguir os trâmites legais para as compras. É preciso fazer a pesquisa de mercado para fazer a compra com a melhor condição para o Estado.

Com todas essas dificuldades enfrentadas pela Secretaria de Saúde o senhor pensa em entregar o cargo?

Não.
Em quanto tempo começará, efetivamente, a recuperação da Secretaria Estadual de Saúde?

Entenda que nem sempre o que planejamos a gente pode executar. Tivemos reunião com o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, a reitora da UFRN (Ângela Paiva) e o diretor do Hospital Onofre Lopes. Lá ficou acertado 60 leitos de retaguarda (do HUOL). A burocracia e legislação dificultaram. Quando chegamos aqui estava tudo acertado, a universidade bancaria o pessoal de apoio. Aí veio a informação de que não poderia ter cessão porque havia uma acórdão do Tribunal de Contas da União que não permitiria a contração do pessoal de apoio. Com isso ficou inviável e, como alternativa, junto com a governadora e com o hospital da Polícia, estamos viabilizando todos os nossos esforços para o Hospital da Polícia. Estamos fazendo toda estrutura. Embora o Hospital da Polícia pertença a Secretaria de Segurança, mas temos que ter parceria porque os dois são próprios do Governo do Estado. 

Walfredo Gurgel

Decreto Calamidade - Plano

Conclusão em 30 dias

- R$ 600 mil em repasses para custeio de hospitais da rede estadual, da Região Metropolitana de Natal, pelo Ministério da Saúde. Deste total, R$ 300 mil serão para o Walfredo Gurgel;

Conclusão em 90 dias

- R$ 4,7 milhões em investimentos do Ministério da Saúde para a criação de uma Central de Regulação Única (CRU) para gerenciamento dos leitos da rede pública de saúde do RN, com implantação do sistema e capacitação de profissionais;

- 59 novos leitos de UTI, dos quais 10 UTIs gerais no Walfredo Gurgel;10

Conclusão em 180 dias

- R$ 13 milhões via recursos do Governo do Estado para reforma, restauração ou ampliação d rede hospitalar, entre eles o Walfredo Gurgel;

- R$ 12 milhões via Ministério da Saúde para reforma e equipagem das emergências de quatro hospitais da Região Metropolitana de Natal: Walfredo Gurgel, Santa Catarina, Maria Alice Fernandes, em Natal; e Deoclécio Marques, em Parnamirim;

- R$ 5 milhões em investimentos com recursos próprios para garantir o abastecimento imediato das necessidades básicas dos hospitais da rede estadual;

Corpos de executados em Genipabu ainda não foram identificados

Por Windson Lima

Os três corpos encontrados na estrada de Genipabu na manhã desta quinta-feira ainda não foram identificados. Os cadáveres estavam no Intituto Técnico-Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (ITEP), passaram por procedimentos de perícia, mas não foi possível até o momento a identificação dos jovens - informou à tribuna do norte. 

Duas famílias estiveram no local a espera dos resultados dos exames de coleta de impressão digital, mas o resultado ainda não saiu.

De acordo com o tenente Leão, os três homens foram encontrados sem documentos e aparentam ter por volta dos 20 anos. O tenente disse ainda que a polícia não tem nenhuma suspeita do motivo do crime, porém as características apontam para uma execução.

Todas as vítimas foram mortas com tiros na cabeça. O tenente Leão também afirma que não se tem informações sobre a autoria do crime e que a polícia dará continuidade às investigações sobre o caso.

Polícia prende dupla após tentativa de homicídio na Zona Sul

Policiais militares do 5ª Batalhão prenderam por volta das 16h20 desta quinta-feira dois jovens identificados como Kênio Bruno do Nascimento, 20 anos, e Rafael Augusto Costa Lopes da Silva, 18 anos, acusados de tentar matar um homem ainda não identificado em Nova Descoberta, Zona Sul - informou o dn online.

De acordo com o tenente PM Aguiar Filho, os dois suspeitos em uma moto vermelha se aproximaram da vítima e efetuaram um disparo que atingiu o abdômen que foi socorrido em seguida para o pronto-socorro Clóvis Sarinho. 

A dupla ainda tentou fugir, mas após diligências dos policiais eles foram localizados nas imediações da Petrobras, em Cidade da Esperança. Kênio Nascimento e Rafael da Silva foram presos e autuados em flagrante na 5ª DP.

Sinpol nega irregularidade e continua greve do ITEP

Após a reunião com representantes do Ministério Púbico Estadual e Tribunal de Justiça na tarde dessa quarta-feira (11), o Sindicato da Polícia Civil (Sinpol) decidiu pela continuidade da greve dos servidores do Instituo Técnico-científico de Polícia (ITEP). Em um nota divulgada pelo Governo do Estado, o TJ/RN teria considerado a greve ilegal, implantando uma multa diária de R$ 50 mil. Mas até a manhã dessa quinta-feira, a assessoria de comunicação do tribunal afirma não ter nenhuma informação sobre este processo, e que a nota emitida pelo Governo faz referência a uma decisão de dezembro do ano passado, data da última greve do órgão. A vice-presidente do Sinpol, Renata Pimenta, afirma que todos os efeitos do processo, inclusive a multa, foram suspensas até próxima reunião, marcada para o dia 26, às 15h, na Câmara Criminal.

Durante a Audiência de Conciliação no Tribunal de Justiça nessa quarta, o desembargador Francisco de Assis Brasil, fez um Despacho em que, entre outras coisas, suspende todos os efeitos do processo, inclusive multa, até que ocorra a nova audiência. O Termo foi assinado pelo procurador do Estado, João Carlos Gomes Costa, que na hora representava o procurador-geral do Estado, Miguel Josino. Ainda segundo a vice-presidente do Sinpol, a decisão foi "uma demonstração de que a justiça entende nossa luta". 

Uma coletiva de imprensa está prevista para às 15h desta quinta-feira, no auditório da Sinpol, Cidade Alta, para esclarecer as informações divulgadas pelo Governo a respeito da greve do ITEP, iniciada último dia três de setembro.


*Fonte: dn online

segunda-feira, 11 de junho de 2012

GAEP promove inspeção judicial e analisa 980 processos

O Grupo de Apoio à Execução Penal (GAEP) da Corregedoria de Justiça do RN realizou inspeções nas regiões de Macaíba, Macau e Assu que resultaram no beneficiamento de 49 pessoas, as quais tiveram suas penas extintas, progressão do regime ou liberdade condicional. Foram visitados todos os estabelecimentos prisionais das cidades de Macaíba, João Câmara, Ceará-Mirim, Extremoz, Poço Branco, São Bento do Norte, São Gonçalo do Amarante, Taipu e Touros, Assu, Ipanguaçu, Itajá, São Rafael, Angicos, Santana do Matos e Lajes,Macau, Pendências, Pedro Avelino e Afonso Bezerra.

Na região de Macaíba foram analisados 554 processos e 29 unidades prisionais visitadas, o que proporcionou seis pedidos de liberdade condicional e 21 extinção de penas. Na região de Assu foram 211 processos analisados, seis comarcas visitadas, três pedidos de liberdade condicional e oito extinções de pena. Já na região de Macau foram dois pedidos de progressão de regime, quatro de liberdade condicional e quatro extinção de pena, com um total de 215 processos analisados.

Dando continuidade aos trabalhos, o GAEP vai realizar - no período de 18 a 22 de junho - Inspeção Judicial nos estabelecimentos prisionais das Comarcas de Caicó, Jucurutu, Acari, Currais Novos, Jardim do Seridó e Parelhas, quais sejam: Penitenciária Estadual do Seridó, Centros de Detenção Provisória das respectivas Comarcas e Batalhão da Polícia Militar; assim como nas Delegacias de Polícia das cidades de Jucurutu; Jardim de Piranhas; Serra Negra do Norte; Timbaúba dos Batistas; São Fernando; São João do Sabugi; Ipueira; Ouro Branco; Santana do Seridó; Parelhas; Equador; Jardim do Seridó; Cruzeta; Acari; Currais Novos; Lagoa Nova; São Vicente; Tenente Laurentino Cruz; Florânia; São José do Seridó; Bodó; Cerro Corá, bem como nos processos de Execução Penal referente a todos os regimes de cumprimento de pena em tramitação nas Comarcas de Caicó, Currais Novos, Acari, Jardim do Seridó, Jardim de Piranhas, Parelhas, Jucurutu, Cruzeta, Florânia, São João do Sabugi e Serra Negra do Norte, com relação aos processos dos condenados encarcerados nessas Unidades.

Durante a Inspeção - que acontece no horário das 08h às 12h e das 14h às 18h - não haverá expediente forense nas Varas Criminais das Comarcas de Caicó e de Currais Novos, salvo para o recebimento de petições iniciais e a apreciação de pedidos que exijam medidas de natureza urgente, bem assim a realização das audiências marcadas para as respectivas datas.


Fonte: Tribuna do Norte

sábado, 9 de junho de 2012

Faltam leitos nos hospitais privados

A crise da saúde em Natal não está restrita à rede pública de saúde. Em tempos de epidemia de dengue e de muitos casos de viroses e resfriados, os pronto-socorros dos hospitais privados também encontram dificuldades para dar conta da demanda. Em muitos hospitais particulares, o público não consegue ser atendido quando procura atendimento, inclusive quando há convênio com planos de saúde. Segundo especialistas da área, há falta de leitos na capital inclusive na rede privada.
Alex RégisJeancarlo Cavalcanti afirma que há falta de leitos na rede privadaJeancarlo Cavalcanti afirma que há falta de leitos na rede privada

"Existe uma deficiência na rede privada que em alguns casos não consegue internar pacientes. Não são todos, mas acontece", diz Jeancarlo Cavalcanti, presidente do Conselho Regional de Medicina. "O número de leitos nos hospitais privados não acompanhou o aumento da demanda por saúde suplementar. O mercado de saúde suplementar cresceu bastante nos últimos anos e os hospitais não conseguiram acompanhar esse crescimento", complementa. Saúde suplementar é o termo técnico para designar o atendimento via plano de saúde.

Embora tenha sido registrado uma diminuição do ritmo de crescimento no ano passado, o mercado de planos de saúde continua em expansão. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde, foram contabilizados, em dezembro de 2011, 47,6 milhões de vínculos de beneficiários de planos de assistência médica. O crescimento de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior é bem inferior ao observado entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010 (8,5%). Em termos absolutos, há mais de 47 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil, segundo o Caderno de Informação da Saúde Suplementar, publicado pela ANS em março desse ano.

O diretor do Hospital do Coração, Elmano Marques, afirma que a dificuldade de oferecer leitos em Natal não é generalizada nos hospitais privados. Segundo o pneumologista, há falta de leitos somente em épocas de aumento de uma doença específica, como é o caso atualmente da dengue, e em algumas áreas. "Se houvesse uma crise generalizada, os hospitais estariam lotados o ano inteiro, o que não acontece", diz. Entre as áreas com maior dificuldade, estão a pediatria e a obstetrícia. "Não existe uma deficiência no que diz respeito a leitos em geral", complementa. 

Nas últimas semanas, a ocorrência de muitos casos de dengue e viroses tem congestionado os hospitais privados da cidade. O fenômeno, constatado por profissionais de saúde, é causado, em primeiro lugar, pela epidemia de dengue em curso no Estado. Além disso, essa época do ano, quando aumenta a quantidade de chuva, é propícia para o contágio com viroses, por conta da umidade relativa do ar.

Hospitais públicos

A superlotação também é percebida na rede pública, por conta da dengue e das viroses. No hospital dos Pescadores, o atendimento de urgência e emergência conta com 25 leitos sendo 12 para pacientes que ficam em observação.  Quem chega com virose não fica internado, permanecendo no hospital o tempo necessário para realizar exames e o médico averiguar melhor qual o problema. Tentar diagnosticar a dengue é uma preocupação. "Nessa época, tem uma demanda maior de viroses por causa das mudanças climáticas", disse a diretora Elisama Batista. 

A maior parte do atendimennto - cerca de 80% - é de idosos, afirmou Elisama. Ela disse que não tem números sobre o caso de viroses,  mas estima em 20% o aumento do atendimento No caso da dengue, são de cinco a oito casos suspeitos por dia.

A diretora da Unidade de Pronto-atendimento Infantil Sandra Celeste,  Telma de Araújo Pereira, disse que naquela unidade de saúde não se realiza internações, mas acrescentou que além de atender crianças de Natal, vem muitos pacientes de municípios da Grande Natal, principalmente de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaiba e Extremoz. Segundo ela, além do atendimento de urgência e ambulatorial, nos casos em que as crianças chegam com viroses, o procedimento é de que elas fiquem no máximo oito horas em observação, ate que saiam os exames clínicos e elas sejam medicadas para voltarem as suas casas com recomendação de repouso.  



Fonte: Tribuna do Norte

Encontro debate crises alérgicas

Mudanças climáticas, como a que está em curso atualmente, são os piores inimigos para quem sofre com algum tipo de alergia. A saída do outono para o inverno sempre traz consigo problemas respiratórios e crises alérgicas para quem é sensível às mudanças de temperatura. O tratamento para estas crises e mais uma gama de assuntos relacionados à Dermatologia estão sendo discutidos em Natal por especialistas locais e nacionais. 
Júnior SantosKelly França, presidente da Associação Brasileira de Dermatologia no RNKelly França, presidente da Associação Brasileira de Dermatologia no RN

Estes e outros temas foram discutidos no 8º DermaNatal - Curso de Alergia Dermatológica e Dermatoses Ocupacionais da Sociedade Brasileira de Dermatoogia, que se encerra hoje no auditório do Hotel Pestana, na Via Costeira. 

O evento é uma jornada regional voltada para dermatologistas que discutiram a aplicação deste campo da Medicina no tratamento clínico de doenças. Além, claro, da parte estética, na cosmiatria (que consiste nos tratamentos com laser, toxina botulínica, peelings), além de doenças do cabelo e unhas.

A presidente da Associação Brasileira de Dermatologia no Rio Grande do Norte, a dermatologista Kelly França, explica os motivos pelos quais as mudanças climáticas pioram o estado dos pacientes e como o tratamento contra as crises deve ser feito. Além disso, ela dá uma boa notícia aos calvos que não se adaptam ao visual "carequinha". 

Estamos a poucos dias do inverno e a mudança climática já é sentida pelos portadores de algum tipo de alergia. Por quais razões as mudanças de estações do ano pioram o estado de saúde dos alérgicos?

Primeiro porque o inverno já propicia um maior ressecamento da pele, por conta da maior frequência dos banhos quentes. É importante sempre manter a hidratação da pele e a barreira cutânea íntegra. Evitar os contatos constantes com produtos que causam muita irritação na pele como sabões, detergentes, solventes. 

Qual a influência que a alimentação tem na saúde dos cabelos, da pele e das unhas?

Os alimentos, principalmente os ricos em antioxidantes, como verduras e frutas, eles ajudam a manter a pele livre desse lixo celular. É importante ter uma alimentação saudável, beber bastante líquido para manter as células em pleno funcionamento para hidratação da pele. E para evitar as alergias a algumas comidas, alimentos com menos poder antigênico, como o amendoim, nozes, morango, chocolate. Essas substâncias podem desencadear reações alérgicas tipo urticárias. Não são reações alérgicas de contato, mas sim ocasionadas pela ingestão destes alimentos que criam aquelas placas vermelhas pelo corpo que sempre incomodam.

Quais são os tipos de alergias mais comuns?

As alergias mais comuns são as de contato, principalmente as dermatites das donas de casa, que pegam muito em sabão. Hoje em dia, com esse boom da construção civil, há muitos casos de alergia devido ao contato com o cimento. E também tem a dermatite atópica, que é uma alergia que determinada pessoa tem tendência genética para desencadear. Elas são desencadeadas pelo suor e pelo contato com a pele. É importante evitar o contato com pelos de gatos, animais, isso faz com que as peles atópicas cocem menos. 

Como é possível identificar se uma pessoa tem ou não alergia a um produto ou animal? O teste alérgico ainda é a melhor forma de descobrir isto?


Nem sempre. Geralmente a história clínica e um exame físico norteiam muito o diagnóstico. Se a gente fica na dúvida a qual substância uma pessoa é alérgica, ela é submetida a um teste de contato. Existem muitas substâncias que não são identificadas na bateria padrão de testes de contato. 

Natal dispõe hoje do expertise necessário e dos equipamentos necessários para a identificação de tipos de alergias mais complexas?

Para alguns, sim. Mas ainda faltam outros que são mais elaborados e são feitos fora daqui.  Mas, para isto, o dermatologista e o alergologista estão aptos para colher o material e encaminhar para os centros de referência. Como a cidade é pequena, nem sempre dispomos de todo o aparato necessário para exames de laboratório. Mas nós dispomos sim, de profissionais bem qualificados que podem fazer uma boa anamnese e chegar a um diagnóstico correto sem precisar fazer tantos exames laboratoriais.  Para alergia, não se precisa de tantos exames.

O tratamento das alergias, assim como das demais doenças, não pode ser ao bel-prazer do paciente. Como deve ser feito o acompanhamento clínico de um alérgico? 

Para o tratamento das alergias nós temos os anti-histamínicos, que são os antialérgicos mais comuns, e nós temos os corticóides. Para sabermos qual droga será usada precisamos identificar qual tipo de alergia o indivíduo tem. A maioria destes remédios tem efeitos colaterais sérios, como os corticóides. Então devem ser usados com cautela, por um período de tempo curto e sempre guiado por um médico.

Por que os custos com tratamento  no Brasil ainda são tão elevados?

Vem muito das questões relacionadas aos impostos. Os medicamentos tem uma carga de impostos muito altas. Mas nós estamos buscando uma redução dos impostos principalmente nos protetores solares que a gente vê não como um produto cosmeático, mas de tratamento. O uso constante do protetor é para evitar o surgimento de cânceres de pele no futuro. A Associação Brasileira de Dermatologia luta muito frente ao Governo para reduzir os impostos. Em breve, veremos alguma coisa desse tipo.

Como é possível identificar a evolução de um problema de pele ou alergia?

Na verdade, é preciso procurar um médico dermatologista para a identificação do problema através de um exame clínico. A partir do exame é possível saber se aquela pinta tem características de malignidade, por exemplo. Quando existe alguma suspeita pedimos para retirar e encaminhamos para biópsia. Existe também a dermatoscopia que é tipo um um microscópio portátil que a gente utiliza em algumas lesões para identificar, antes de fazer uma biópsia, os elementos para saber se uma pinta é benigna ou maligna. 

As pesquisas científicas em dermatologia estão avançando?

Atualmente, as pesquisas com células-tronco estão numa fase bastante avançada. Elas estão sendo estudadas para a replicação de cabelos. Os pesquisadores retiram algumas amostras de cabelo do paciente e delas extraem as células tronco, replica em laboratório e injeta no couro cabeludo para tentar crescer os cabelos. Já foi feito, inclusive, testes em ratos. Aqui no Brasil já tem uma linha de pesquisa há dois anos em São Paulo e São José do Rio Preto. É uma coisa bem inovadora. Mas, como se trata de célula tronco, a gente não sabe o que pode acontecer no futuro. 


Fonte: Tribuna do Norte