domingo, 29 de abril de 2012

OSRN e Coral Canto do Povo retomam atividades de 2012

No dia 24 de abril, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (OSRN) e o Coral Canto do Povo abriram a sua temporada 2012, no Teatro Alberto Maranhão. No final da apresentação, o público aplaudiu, de pé, os 96 músicos e coralistas que estavam presentes. Foi uma noite que mostrou a superação dos participantes desses grupos, após os problemas do início do ano, que gerou certas incertezas.

Em março, o maestro Padre Pedro Ferreira resolveu sair da Orquestra Sinfônica, por estar insatisfeito com a falta de músicos em cada naipe (grupo de instrumentos da orquestra) e de infraestrutura. Além disso, não tinha apoio da Secretaria Extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte (Secult-RN). O maestro também se retirou do Coral Canto do Povo, que estava sofrendo com problemas semelhantes. 

Além disso, o coordenador dos dois grupos, Francisco Alves, conhecido como Marinho, resolveu sair. Sem coordenador e maestro, a Secretaria de Cultura resolveu criar uma comissão, cujos membros seriam os músicos do Coral e da OSRN, para decidir quem seria os novos regentes e coordenador.

Foi escolhido o violinista Luiz Antônio de Paiva para ser o coordenador da Orquestra Sinfônica e do Coral. Porém, a escolha do maestro teve rumos diferentes. Janílson Batista é o novo maestro do Canto do Povo. Já a OSRN, decidiu que chamaria convidados para as suas futuras apresentações.

“A crise é natural, tivemos que arrumar a casa, a sua estrutura, o nosso ensaio. Alguns músicos saíram para se aposentar e tem outros que foram estudar, para poder aperfeiçoar o seu talento”, disse Luiz Antônio de Paiva.

Após os nomes terem sido escolhidos, foi feito um calendário de atividades e decidiram que os dois grupos trabalhariam juntos em 2012, há 24 anos não era feito isso. Nesse ano, a secretária de Cultura, Isaura Rosado, garantiu que daria apoio aos dois grupos. Após o primeiro concerto, a intenção é fazer mais 11 apresentações.

“Nós estamos programando 11 espetáculos, a Orquestra e o Coral está exercendo o seu papel com a sociedade, que precisa contemplar o que é belo”, falou Isaura Rosado.

Lara Paiva

A Orquestra Sinfônica chamou, para primeira apresentação, o maestro Nelson Melim, que já trabalhou com grandes artistas, como a atriz Bibi Ferreira. “Já realizei alguns trabalhos com a Orquestra e a gente tem laços positivos. Quando Luiz Antônio foi chamado para ser coordenador, ele me fez esse convite. Fiquei muito contente por ter sido convidado”, explicou o maestro.

“Ele é um maestro que a Orquestra identifica bastante e tem um respeito muito grande pela sua obra e seu talento”, justificou o coordenador. 

Sinfonia Pastoral (também conhecida como a 6ª Sinfonia), de Ludwig van Beethoven, e Invocação em Defesa da Pátria, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, foram as músicas tocadas pela Orquestra Sinfônica, que homenageou o maestro Osvaldo D’Amore, ele trabalhou por quase 20 anos com o grupo. Já o Coral Canto do Povo cantou cinco músicas e uma delas foi de Luiz Gonzaga, como forma de comemorar o seu centenário.

“A escolha do repertório foi feita em decisão conjunta dos grupos, vimos que essas músicas encaixavam para esse momento”, disse o coordenador Luiz Antônio. Sobre a falta de músicos na OSRN, Paiva disse que ele contratará estagiários e vai convidar músicos de diversos lugares enquanto não é aberto um concurso, uma vez que o Estado ultrapassou o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A porcentagem desse limite é de 49%. 

Apesar de ter tido pouco tempo de ensaio, o maestro disse que o resultado foi favorável. “Antes da minha chegada, eles já estavam realizando os seus trabalhos. Não tivemos muito tempo, mas obtivemos um resultado positivo, foi maravilhoso”, explicou o maestro Nelson Melim.

Já o maestro Janílson Batista, do Coral Canto do Povo, disse que essa nova etapa será uma batalha. “Essa nova fase é mais um desafio. Estamos movidos em enfrentar essa luta. O desafio é a nossa energia”, disse Batista.
Lara Paiva

Após o concerto, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte já realizou um concerto didático para crianças da rede pública de ensino, visto que a maioria dos alunos não conhece a música erudita. “A música clássica foi muito elitizada, esse contato ajuda a diminuir esse estereótipo”, comentou maestro Melim.

Luiz Antônio disse que os passos seguintes serão encontrar empresas que formem parcerias com os dois grupos. Ele confirma que já recebeu propostas para que os grupos gravem um disco. 

“Estou satisfeita com o retorno da orquestra e do coral, eu estou trabalhando muito com essa direção e quero pôr os dois [Coral Canto do Povo e Orquestra Sinfônica] para funcionar, pois é um dos maiores investimentos do Estado para área de cultura”, comentou a secretária estadual de Cultura, Isaura Rosado.

Novo projeto do Padre Pedro Ferreira
O Padre Pedro Ferreira vai criar um coral de câmara, um grupo com uma quantidade menor que o comum e este vai se chamar “Vozes Sinfônicas”, o projeto já foi aprovado pela Secult-RN. 

“Eu acho que o Vozes Sinfônicas vai fazer um ótimo trabalho, conheço o talento musical de Padre Pedro, ele é muito exigente”, comentou Isaura Rosado. 


*Com informações do nominuto

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