Rodrigo SenaAlunos da Escola Estadual 11 de Agosto mostram como funciona microusina de energia eólica
O projeto de geração de energia eólica consiste em demonstrar, cientificamente, que a variação na quantidade e tamanhos de pás e torres, usados para a exploração da energia dos ventos, influencia diretamente na produção. O sistema testou combinações diferentes até chegar ao melhor desempenho. A microusina eólica, montada pelos alunos da Escola Estadual 11 de Agosto, chega a produzir 2 volts de potência, a partir da transformação de energia cinética em elétrica, se usados os equipamentos corretos.
O conhecimento é importante para o Rio Grande do Norte que até 2014 irá abrigar mais de 100 parques eólicos. "Demonstramos a eficácia na produção. A relação da potencia do motor com o fluxo do vento reflete diretamente na capacidade de produzir mais ou menos energia", disse o jovem cientista Jonas Medeiros de Paiva.
Filha de agricultores, Flavia Kaline conta que quando iniciaram o experimento, em setembro de 2010, havia descrença por parte de outros estudantes da escola, que agora passam a acreditar no potencial de bons projetos em escolas da rede pública. "Pensavam que estudantes da rede estadual não tinham vez. Mas trabalhamos duro, passávamos tarde e noite no laboratório e é gratificante ver o resultado", disse. A mãe, Francisca Lucia de Paiva Silva, confessa esperar o resultado pelo esforço da filha. "Ela sempre foi muito estudiosa, dedicada. Sei que terá um futuro brilhante", disse.
A iniciação científica ainda no ensino médio mudou as perspectivas de Marcondes Matheus, que aos 16 anos, sonha em cursar engenharia elétrica. "Quero me aprofundar nesta área, pesquisar, criar. É uma experiência única que todos os alunos devem ter na escola", disse.
O professor orientador José Everton Pinheiro enfatizou a importância da pesquisa na formação escolar como meio de estimular e fortalecer a busca pelo conhecimento, também nas universidades. "Precisamos de mais cientistas e as escolas podem ser este celeiro", disse. A classificação, para a secretária estadual de educação Betânia Ramalho, reforça a necessidade de reflexão sobre a escola pública. "O resultado demonstra a importância em investir, estimular e aproveitar o aprendizado", destacou a secretária.
Projetos de iniciação científica serão incentivados, como anunciou a diretora geral da Fapern Bernadete Cordeiro, na tarde de ontem. Até agosto, será lançado edital para o Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação no Ensino Médio, que terá 10 grupos de trabalho em escolas públicas para produzir conhecimento especifico sobre potenciais econômicos e sociais de cada região do Estado.
Além dos troféus, os estudantes receberam um prêmio de US$ 1,5 mil. O projeto venceu ainda as Feiras Estadual e Regional de Ciências, promovidas pela Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) e concorreu a Feira Brasileira de Ciencia e Enengenharia (Febrace) da USP. O protótipo será publicado pela Fundação de Apoio e Pesquisa do Rio Grande do Norte (Fapern).
Fonte: tribuna do norte
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